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Caso de discriminação contra deficiente em ônibus vai parar na justiça em Goiás

Um caso de discriminação contra um passageiro de ônibus que tinha carteira de deficiente físico, que concede gratuidade nos transportes públicos e preferência em assentos preferenciais, foi parar na justiça no Estado de Goiás. As imagens do momento em que Claudio foi retirado a força do veículo pelo motorista e um fiscal foram registradas na câmera de segurança do ônibus. Além dele, um outro homem idoso, que também possui direito à gratuidade e assentos preferenciais, também estava presente no momento, mas não teve seus direitos questionados.

Cláudio voltava para casa em um domingo e pegou o ônibus como de costume. O caso foi parar na polícia. A vítima disse que apresentou a carteirinha de passe livre, mas não convenceu o motorista e o fiscal. Cláudio nunca conseguiu resposta da empresa que opera a linha de ônibus para saber o que houve. o melhor residencial azul não. “O motorista não quis que eu ficasse sentado ali. Ele ficou incomodado. Ele ficou meio criticando. Eu liguei para o COPOM, a Polícia Militar, já anunciando o que estava acontecendo dentro desse ônibus fiscal não satisfeito com o que ele estava falando, só falando, pegou e me jogou pra fora do ônibus. O fiscal, não satisfeito com o que estava falando, me jogou para fora do ônibus”, relatou Claudio.

Claudio usa o Passe Livre por ter sequelas de um acidente que sofreu. “Um acidente em 1989, fiquei 12 dias em coma, um ano e meio de cadeira de rodas. Isso lesionou, me deixou em condição reduzida da minha parte de esquerda [do corpo]. Minha cabeça era toda de acrílico. O queixo é de titânio. Mas nada que me impeça de me locomover, pegar ônibus. Eu sou normal”, explica Claudio.

Sem resposta da empresa, a vítima decidiu decidiu procurar um advogado. A defesa está sendo feita por Ricardo Teixeira. Ele diz que houve lesão corporal e vai processar a empresa de ônibus. “Buscaremos a reparação por danos morais e materiais tanto do fiscal que praticou a lesão corporal quanto da empresa em que o fiscal trabalha. É notório que houve a prática da lesão corporal. O que nós sustentaremos é que a prática desse crime foi motivada pelo desrespeito ao estatuto da pessoa com deficiência e, por via de consequência, aos princípios da igualdade e da dignidade do senhor Claudio”, diz o advogado.

“Já ocorreu discriminação, mas não tão pesadas, de agressão, mas verbalmente sempre acontece, eles nos humilham muito. A gente passa todo procedimento para ter uma carteira dessa e o benefício para ter também essa humilhação com a gente. Esse povo faz o que quer. São arrogantes, também com os idosos, com os deficientes, tudo com ar de superioridade. Isso foi muito prejudicial na minha vida”, lamenta a vítima.