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Deputados debatem participação de militares na política

Na sexta-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que tem a impressão de que forças de segurança que atuavam em 8 de janeiro estavam comprometidas com o ataque às sedes dos Três Poderes. A declaração foi feita durante uma entrevista a Christiane Amanpour.

“Olha, eu posso te garantir que a impressão que eu tenho é que todas as forças que tinham que cuidar da segurança de Brasília estavam comprometidas com o golpe”, apontou Lula, acrescentando que foi necessário decretar intervenção federal na segurança pública de Brasília.

Para discutir a participação das foras armadas na política brasileira, a CNN realizou um painel neste sábado (11) com os deputados Capitão Alberto Neto (PL-AM) e Fernanda Melchionna (PSOL-RS).

Para Neto, o contingente de militares que participaram do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram escolhidos por decisões técnicas e de competência. Além disso, o deputado lembrou que a instituição sempre participou da política ao realizar a segurança e o transporte das urnas eletrônicas.

“Em vários rincões do nosso pais, lugares de difícil acesso, lugares indígenas, são as forças armadas que levam nossas urnas com segurança. Não podemos confundir. Militares que querem ter um posicionamento político e ai são livres para concorrer. A própria constituição tem um regramento para que façam isso e as forças armadas fazendo parte do processo eleitoral”, disse.

Já Melchionna criticou a participação “ativa” dos militares, para além das questões logísticas. Segundo ela, a instituição também foi conivente ao permitir que acampamentos de apoiadores de Bolsonaro permanecessem em frente aos quartéis.

“O presidente [Lula] se refere obviamente a escalada de processos de participação politica ativa. Nós tivemos a participação no governo Bolsonaro de 8.000 militares, de militares que não foram para a reserva. Nós tivemos no processo golpista de 8 de janeiro e essa era a fala do presidente Lula. Uma lógica de proteger o QG golpista que se colocou na frente do exército. Existe um processo de bolsonarização das instituições brasileiras”, afirmou.